Sempre acreditei que a escrita (e a arte em geral) deveria
ser feita como uma reflexão sobre o mundo, sobre uma questão que pessoalmente
toca o artista, um dilema ambíguo, mas não necessariamente para fornecer uma
resposta. A colocação do problema é o coração da arte. Ainda que esse problema seja
nos entreter.
Escolher a literatura para defender uma ideologia, pode ser polêmico, e de fato esta autora foi. E não é preciso concordar com ela para reconhecer que construiu uma impressionante obra. É como um marceneiro que admira a estrutura de um patíbulo: o enforcamento é bárbaro, mas o mecanismo é engenhoso.
Por demonstrar que ainda é possível pensar por meio literatura e defender seus argumentos com uma boa narrativa, Ayn Rand recebe a homenagem do Prêmio Leandro Müller de Literatura em 2021.
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