segunda-feira, novembro 14, 2016

Homenageado 2016 - Jenaro Prieto

Tenho um grande amigo mitômano. Ao menos é assim que o definiriam aqueles incautos que não percebem como a realidade pode ser enriquecida com a ficção. É como dizer que trabalho com “tecnologia de armazenamento e propagação de narrativas” para explicar que faço livros.

Este ano fiz um novo amigo, desconhecido da maioria aqui no Brasil. Não por estar morto há quase um século, mas talvez por ser chileno e ainda inédito por aqui. Passamos o réveillon juntos e, por três dias, trocamos muitas ideias.

Gostaria muito de revê-lo, mas como é preciso passar por seu “sócio” para alcançá-lo, isso acaba prejudicando o processo de reencontro.


Assim ,por me ensinar como a vida real pode ser amplamente enriquecida com pequenas (ou grandes) alterações na forma como os acontecimentos são narrados ou percebidos, Jenaro Prieto recebe minha homenagem em 2016.

Laureado 2016 - Roger Chartier

Há um grande ruído geral dizendo que 2016 foi um ano ruim. Talvez em um cenário maior realmente tenha sido, mas individualmente, 2016 me trouxe enormes alegrias. A construção de uma pós-graduação em Edição e Gestão Editorial, o novo trabalho como designer na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, a continuidade das aulas no SENAI, ser agraciado em um edital para desenvolver uma série de TV, múltiplos encontros familiares, fortalecimento de amizades, a cumplicidade amorosa permanente. E a chance ter lido exaustivamente grande parte da obra do Roger Chartier, uma das maiores autoridades dos assuntos que mais estudo.

Em tempos onde o mundo parece ter enlouquecido, poder isolar-se em uma bolha é quase bênção. Encontrar vozes lúcidas e pessoas iluminadas é um grande estimulante. Quando meus alunos mais jovens me questionam sobre toda essa barbárie do mundo (no macrocenário e nas pequenas desgraças cotidianas) eu costumo responder que o mundo vale a pena por causa de 6 pessoas que iremos conhecer ao longo da vida (talvez sejam até mais). Porém, são essas 6 grandes pessoas que nos fazem ter esperança e suportar todo o resto.


Por ter feito sentido quando, uma vez mais, tudo parecia desafiar a lógica, Roger Chartier recebe minha Láurea neste ano de 2016.