2015 foi um ano do tipo muitos em um. Vários anos concentrados em um
só. E uma das características mais marcantes deste ano foi a necessidade de me
dividir em múltiplas funções e atividades. Curiosamente, uma dessas atividades
foi o início de pesquisas sobre “Curadoria”, cujo conceito cada vez mais se
aproxima do processo que implica a realização de qualquer escolha estética. Não
da estética que tem a ver somente com a beleza, como o senso comum pode nos
levar a crer. Um regime estético é, antes de tudo, um modo de ver o mundo. Um
ponto de partida para a interpretação das coisas.
Com este aprendizado recente, minha imaginação me levou a buscar uma
forma de desempenhar miríades de papéis: professor, coordenador, escritor,
revisor, diagramador, concurseiro, editor, pesquisador, aluno... para ser tudo
isso com eficiência eu precisava de uma “curadoria de vida”, para organizar
cada função em seu tempo e espaço preciso.
Provavelmente citando alguém, lembro-me de meu pai dizendo: “se tiveres
oito horas para cortar uma árvore, passe sete horas amolando seu machado”.
Interpretei que o importante na execução de uma tarefa era ter as ferramentas
certas e a preparação adequada. Por meio dessa breve alegoria, percebi que,
intuitivamente, servi-me de um precioso instrumento para sobreviver ao
atribulado ano e criar um regime estético de curadoria de vida: Hans Ulrich Obrist.
Assim, pelo precioso auxílio na criação de uma curadoria de vida,
Obrist recebe meus louros em 2015.
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