sexta-feira, outubro 27, 2006

Homenageado 2004 - Goethe

À época, andava fletando com Strindberg quando conheci um jovem muito alegre e de sentimentos sinceros que conquistou meu coração. A intensidade tal de uma paixão por uma Charlote foi capaz de fazer-me amar também o amor. Já pensava comigo: “enlouqueço de tanto amar?” Percebi que não, pois também eu era capaz de amar os Albertos que me cruzavam os caminhos e, ao contrário desse jovem, eu segui a amar a todos, muito embora não pertencesse a ninguém e a também ninguém tivesse.

O amor desse rapaz era tão puro e seus pensamentos tão profundos que eu sentia que o amava também. Contudo, com o tempo, percebi que não era a ele quem eu amava, mas ao seu jeito de amar que eu amava. Ele amava como eu amava. Havia mais alguém com tanto amor quanto eu nesse mundo absurdo. E nem o seu fim trágico me dissuadiu de que não devo também morrer de amor!

Assim, de mãos dadas com Werther, homenageio Goethe, por me ensinar a infinitude da intensidade do amor e do amar...

«L.M.»

“Percebemos a presença de encostos sobrenaturais. Súcubos malditos nos sugam a energia. O Canhoto nos quer por seu amigo. As pontadas na cabeça não nos deixam pensar. Recomendamos aos outros que fumem. Fazemos apologia ao suicídio. Emprestamos nosso “Manual de suicídio” para suicidas em potencial. Culpa. Dor. Não queremos ser assim. Devolvam-nos nosso coração puro. Abraça-nos, ó Goethe, vamos nos consolar desta Besta que nos enganou.”

(Assietuapax, in Pequeno Tratado Hermético sobre os Efeitos de Superficie)

Rio de Janeiro, 14 de Novembro de 2004

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